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São Paulo recebe 1º seminário macrorregional do Apice On
Profissionais da saúde integram equipe que discute boas práticas para atendimento ao parto, nascimento, abortamento e à mulher em situação de violência sexual
Nos dias 30 de novembro e 1º de dezembro, São Paulo recebeu primeira rodada de seminários macrorregionais do Projeto de Aprimoramento e Inovação no Cuidado e Ensino em Obstetrícia e Neonatologia (Apice On). O evento reuniu profissionais da saúde de hospital de todo o estado, além de autoridades, e representantes de associações e federações.
Desenvolvido pelo Ministério da Saúde, o Apice On tem como objetivo principal qualificar os processos de atenção, gestão e formação relativos ao parto, nascimento e ao abortamento nos hospitais com atividades de ensino. Além de ter as diretrizes da Rede Cegonha como base, o Apice On traz também propostas de atuação em outros âmbitos relativos à saúde sexual e reprodutiva da mulher, como o aborto previsto por lei, violência sexual e planejamento familiar, estendendo o alcance da rede de amparo à saúde e a garantia de acesso a direitos.
No seminário, estiveram presentes na mesa de abertura Adalberto Aguemi, representando o secretário municipal de saúde de São Paulo, Deborah Delage, da Mulheres em Rede Pela Maternidade Ativa, José Hugo Lins Pessoa, da Sociedade Brasileira de Pediatria, Lygia Border, da coordenação de Saúde da Mulher da Secretaria Estadual de São Paulo, Maria Magda Ferreira Gomes Balieiro, da Associação Brasileira de Enfermagem (ABEN), Marisa Ferreira Lima, representando o secretário de Estado de Saúde de Saúde de São Paulo, Sandra de Oliveira Campos, da Associação Brasileira de Hospitais Universitários de Ensino (ABRAHUE), Corintio Mariani Neto, da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), Roberta Ricardes, da coordenação de Saúde da Criança da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo, Rosemeire Sartori de Albuquerque, da Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras (ABENFO) e Sandra Regina Cason, representando a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo.
O seminário chega a São Paulo após reunir mais de 500 profissionais em Belo Horizonte, Brasília, Recife, Manaus e Porto Alegre. A subdivisão Sudeste 2 é específica, abrangindo apenas o estado de São Paulo.
As coordenadoras do projeto, Kleyde Ventura e Maria Esther Vilela abriram o evento, apresentando as diretrizes e objetivos do Apice On e os desafios a serem superados e São Paulo e também propondo caminhos para a criação de uma rede de cuidados promovendo a mudança na cultura da atenção a mulheres e bebês. Esther Vilela destacou ainda a importância do foco do projeto nos hospitais universitários e de ensino para levar as boas práticas para a rotina da obstetrícia e neonatologia, propiciando sua capilarização.
No Café com Ideias, momento em que os integrantes dos grupos estratégicos locais (GELs) dos hospitais se reúnem em grupos mistos para trocar experiências e conhecer parte do trabalho de outros hospitais e maternidades em pontos-chave para o Apice On estiveram em pauta os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, boas práticas de atenção ao parto e nascimento, atenção integral e humanizada às mulheres em situação de abortamento, violência sexual e interrupção da gestação prevista em lei.
O seminário contou ainda com palestras de especialistas do Apice On, como a professora da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e ginecologista obstetra Melania Amorim, pediatra e professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) Ricardo Chaves, o consultor de aleitamento materno do Hospital Sofia Feldman, em Belo Horizonte, Edson Borges e o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e enfermeiro obstetra, Dario Pasche. Palestrando sobre gestão e planejamento em saúde, Dário comentou a necessidade de trabalhar em equipes multiprofissionais “Temos que ultrapassar essas barreiras [entre médico e enfermeiro]. E como vamos fazer isso? Experimentando!”, afirmou.
Abordando questões relativas à integralidade do cuidado e a integração entre ensino e serviço, o professor da IFF/Fiocruz, Marcos Dias, apresentou dados sobre as práticas de obstetrícia no país, demonstrando índices de intervenção médica e discrepâncias relativas ao tratamento em rede pública e privada, além de intersecções sociais.
Plataforma Apice On
A professora Claudia Lindgren Alves, subcoordenadora do Curso de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e coordenadora do Núcleo de Atenção Primária à Saúde, apresentou a plataforma do programa. A professora demonstrou as ferramentas disponíveis para integração entre os profissionais, o ambiente de comunicação social, contato e plataforma de planejamento, monitoramento e avaliação. Elaborado exclusivamente para o Apice On, o site conta com ambiente para compartilhamento de informações, divulgação de dados e estatísticas, acompanhamento de metas e diálogo com equipes.
Ao final, Serafim Santos, membro da equipe de Planejamento, Monitoramento e Avaliação (PM & A) do Projeto Apice On explicou sobre as diretrizes do projeto, apresentou os planos de avaliação e instrumentos de avaliação de metas. Foram discutidas as matrizes do Plano Operativo Anual (POA) e as primeiras ações a serem tomadas pelos grupos estratégicos locais (GELs) para elaboração de diagnóstico situacional e articulação do projeto entre as secretarias e hospitais.
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- Créditos: Paula Roberta/Apice On
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