Em agosto, comemora-se internacionalmente a Semana Mundial do Aleitamento Materno e em 2019 o tema é empoderar mães e pais, favorecer a amamentação hoje e para o futuro.
Para o projeto ApiceON o tema é bem pertinente quando se trata de analisar os indicadores e as discussões feitas pelas equipes dos GELs e mediadoras sobre como favorecer a amamentação na primeira hora de vida. Sabe-se que amamentação garante diversos benefícios para o bebê, mãe, família e sociedade e que o início precoce favorece o vínculo afetivo e fortalecimento do sistema imunológico do bebê, sendo considerada um fator de proteção para mortalidade neonatal. No entanto, apesar de as vantagens e as evidências serem reconhecidas pelas equipes de saúde, a prática de iniciar a amamentação logo após o parto e mantê-la por 60 minutos ou mais ainda é um desafio, mesmo em Hospitais Amigos da Criança com rotinas instaladas e consolidadas.
Diversos são os fatores que interferem na adoção da amamentação como rotina logo após o parto e é necessário que os profissionais de saúde reconheçam o protagonismo da mulher e considerem sua decisão informada para iniciar o contato pele-a pele e amamentação precoce, como consequências naturais do desfecho do parto e nascimento e não apenas como imposição de uma rotina institucionalizada. Por outro lado, é papel da equipe de saúde apoiar mãe e bebê para que a amamentação aconteça de maneira oportuna e adequada. Estudos indicam que a gestão, a organização dos serviços e as rotinas dos profissionais de saúde são determinantes para que essa prática ocorra.
O artigo escolhido para o mês do aleitamento materno – Fatores ligados aos serviços de saúde determinam o aleitamento materno na primeira hora de vida no Distrito Federal, Brasil, 2011, busca identificar os fatores associados ao aleitamento materno na primeira hora de vida junto às mães e crianças menores de um ano de idade, que compareceram à segunda etapa da campanha de poliomielite no Distrito Federal em 2011. Investigou situações relacionadas ao pré natal, parto, saúde da mulher e da criança, concluindo que os fatores que interferiram negativamente no aleitamento materno na primeira hora de vida, referem-se à prestação da assistência ao pré-natal (não ter realizado pré-natal de forma adequada), ao parto (ter feito parto cesáreo) e ao puerpério (mãe e filho não permanecerem em alojamento conjunto após o parto), o que não significa que sejam só esses, pois os autores remetem à estudos que apontam outro fatores como a realização de procedimentos hospitalares inadequados em recém-nascidos saudáveis, como aspiração de vias aéreas e gástricas imediatamente após o parto e outras, apontadas na literatura como fatores que podem interferir no início do aleitamento materno.
Esperamos que os achados desse estudo e das referências citadas possam ajudar os grupos estratégicos locais a refletirem sobre os fatores que estão dificultando a adoção dessa rotina, reconhecendo que as práticas dos profissionais de saúde, em todas as etapas da atenção integral à saúde do binômio mãe e filho, são determinantes para o aleitamento materno na primeira hora.
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