Nos dias 17 e 18 de outubro, cerca de 120 profissionais de 13 hospitais de ensino e instituições formadoras de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro estiveram reunidos em Belo Horizonte para o 1º Seminário Macroregional do Projeto Aprimoramento e Inovação no Cuidado e Ensino em Obstetrícia e Neonatologia (Apice On
A mesa de abertura contou com a presença da Coordenadora-Geral de Saúde da Mulher do Ministério da Saúde, Maria Esther de Albuquerque Vilela, da vice-diretora da Escola de Enfermagem da UFMG, professora Sônia Maria Soares, da coordenadora do projeto, professora Kleyde Ventura de Souza; Consultora Técnica da Coordenação Geral de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde (CGSCAM), Ana Paula da Cruz Caramaschi; da representante da Coordenação da Saúde da Mulher da Secretaria Municipal de Saúde, Sandra Hauisami Freire Pimenta; da representante técnica da Coordenação da Saúde da Mulher do Estado de Minas Gerais, Karla Caldeira; da representante do Hospital Sofia Feldman, a Neonatologista Raquel Lima; da professora do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da UFMG, Alamanda Kfoury Pereira, representando o professor Tarciso Afonso Nunes, diretor da Faculdade de Medicina da UFMG e do gerente da Área de Ensino e Pesquisa do Hospital das Clínicas da UFMG, Alexandre Ferreira, representando a superintendente do HC-UFMG, professora Luciana de Gouvêa Viana.
A professora Kleyde Ventura explicou que o Projeto Aprimoramento e Inovação no Cuidado e Ensino em Obstetrícia e Neonatologia (Apice On) é uma iniciativa do Ministério da Saúde a ser implementado em hospitais com atividades de ensino, em parceria com a Escola de Enfermagem da UFMG, Ministério da Educação (MEC), Fiocruz/IFF, EBSERH, Abrahue. O objetivo é qualificar os processos de atenção, gestão e formação relativos ao parto, nascimento e ao abortamento nos hospitais com atividades de ensino, incorporando um modelo com práticas baseadas em evidências científicas, humanização, segurança e garantia de direitos. “O projeto Apice On tem como princípios a indissociabilidade entre formação-atenção-gestão; protagonismo e corresponsabilidade de trabalhadores, gestores e usuários; garantia dos direitos sexuais e dos direitos reprodutivos de mulheres, homens, jovens e adolescentes e respeito à diversidade cultural, étnica e racial”, enfatizou Kleyde.
A professora ressaltou, ainda, que esse seminário reuniu todos os grupos estratégicos locais dos serviços para fazer alinhamentos dos quatro grandes marcos conceituais do projeto: parto e nascimento; violência sexual; aborto e planejamento reprodutivo. “Trabalhamos com os conceitos que são a base do projeto e no processo de planejamento, monitoramento e avaliação, além do conteúdo da plataforma. Os participante deste primeiro seminário apresentarão o projeto para suas equipes nos respectivos serviços. Em seguida, será realizado um diagnóstico técnico situacional com base nos indicadores, em seguida será elaborado um e um plano de ação para mudança no cuidado pela formação”, pontuou
Maria Esther de Albuquerque Vilela, do Ministério da Saúde, afirmou que a Escola de Enfermagem é parceira do Ministério da Saúde há alguns anos nessa questão da mudança do modelo de assistência ao parto e nascimento e mostrou capacidade técnica e competência. “A Escola foi convidada para ser a instituição executora pela sua expertise e compromisso com o SUS de qualidade e que queremos para a saúde das mulheres
De acordo com ela, são 94 hospitais de ensino e universitários em todo o Brasil, e serão realizados seis seminários macrorregionais. “Estamos trabalhando com os grupos estratégicos dos hospitais para iniciar o plano de ação e as ações necessárias para mudança, aprimoramento e inovação no cuidado obstétrico e neonatal. Esse primeiro seminário foi muito participativo, interessante e exitoso, com pessoas investidas nessa mudança de modelo. Parabenizo os organizadores, a UFMG e todos os parceiros”.
A vice-diretora da Escola de Enfermagem, professora Sônia Maria Soares, ressaltou que esse projeto é uma oportunidade para consolidar o trabalho em equipe, ações multiprofissionais e compartilhar experiências no cuidado em obstetrícia e neonatologia. “É isso que a EEUFMG tem valorizado na sua essência. Parabenizo a professora Kleyde pela iniciativa e agradeço a confiança que o Ministério da Saúde tem depositado na nossa Instituição para que a gente avance em prol de uma prática qualificada que defenda os interesses do Sistema Único de Saúde (SUS). Acreditamos no processo que contribui para transformação profissional”, pontuou.
A supervisora da região Sudeste I, Sônia Lievori, relatou que para abordar os quatro temas, trouxeram uma metodologia que garantiu leveza na discussão, consagrada pelo Ministério da Saúde como o “café com idéias”, onde as pessoas ficavam em grupos, com perguntas disparadoras nas mesas. “Em seguida produzimos uma síntese, e a partir dela foi discutido com especialistas a articulação dos temas com os eixos do projeto e como é possível fazer isso a partir do processo formativo, em equipes multidisciplinares
Ana Paula da Cruz Caramaschi, representante da área técnica da Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, ressaltou que a saúde da mulher e da criança precisa trabalhar juntas nesse processo que é tão importante. “O Apice On é uma convocação para a gente se enxergar no que fazemos com qualidade e compartilhar nos serviços. Vamos aprender juntos ao longo desses dois anos, sejam presentes nesse projeto que é nosso. Vamos juntos em prol de cada cidadão brasileiro que vai ter a oportunidade de vir a esse mundo através da gente”, enfatizou.
Melania Maria Ramos de Amorim, médica obstetra e professora da Universidade Federal de Campina Grande, abordou a temática direitos sexuais e reprodutivos. Segundo ela, a mulher tem o direito de ser protegida e ter uma assistência respeitosa em todos os momentos da sua vida reprodutiva. “Nós, como profissionais de saúde, temos a obrigação de lutar para evitar que as mulheres sofram ou morram em decorrência de uma má assistência”, enfatizou.
A obstetra enfatizou que o modelo vigente no Brasil de assistência ao parto é muito tecnocrático, não é centrado na mulher e tem vários problemas em diversas regiões do Brasil. “A melhor forma de lidar com isso é começando na formação, atuando nos hospitais universitários de forma a preparar as futuras gerações para realmente assumir esse compromisso, entender a mudança de paradigma, absolver tudo que há de mais recente e, principalmente, promover uma assistência baseada em evidências”.
A professora da Faculdade de Enfermagem Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Adriana Lenho de Figueiredo Pereira, tratou da relação entre educação e trabalho e da integração ensino serviço nas suas potencialidades para transformação da qualificação profissional e do modelo assistencial à população. Ela destacou sobre a importância da valorização do espaço da saúde publica, do SUS, dos hospitais de ensino e das universidades públicas
Kênia Carla Arvelos Almeida, uma das participantes, enfermeira obstetra, coordenadora da Unidade Pró-Matre Santa Casa do Espírito Santo afirmou que foi um evento que estava esperando muito para acontecer. “Atingiu todas as minhas expectativas. Pretendo implementar o projeto na Unidade no decorrer desses anos e fazer a diferença na nossa maternidade. Estou muito feliz em participar”.
(Com Assessoria de Comunicação Social da Escola de Enfermagem – UFMG)
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