Em 29 de outubro, com o apoio do Projeto ApiceON, a equipe do Hospital Universitário da USP recebeu novamente a Professora Heloísa Salgado para discutir o acolhimento em situações de perda gestacional e neonatal. Como uma primeira abordagem já havia sido feita no primeiro semestre no HU, desta vez foi possível abrir um debate ainda mais rico com o público participante, formado por profissionais, residentes e estudantes das mais diversas áreas, mas principalmente da pediatria.
As questões levantadas na aula apontam algumas das dificuldades enfrentadas pelos profissionais de saúde em lidar com a morte. Conforme informou Salgado, trata-se de uma questão cultural. No Brasil, é muito comum desejar apressar o processo de luto, abreviando tanto quanto possível ou mesmo evitando o contato das famílias com seus mortos. Quando se trata de um natimorto, a situação é ainda mais complexa, pois muitas vezes o luto da mãe e dos demais familiares não é reconhecido socialmente.
De acordo com a Dra. Karen Koga, médica neonatologista do HU, foi uma boa oportunidade para aprofundar o assunto e sensibilizar os profissionais: “Se deixassem, seguiríamos a tarde toda debatendo com a Heloísa”, comentou. Sensível à necessidade de treinamento das equipes para que compreendam esse momento e saibam lidar com ele, Salgado, que é psicóloga e pós-doutoranda pela Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, está desenvolvendo uma diretriz de acolhimento a famílias em processo de luto perinatal e neonatal, que será implementada e avaliada em maternidades públicas de Ribeirão Preto (SP).
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