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Hospital Universitário de Brasília discute estratégias para implantar enfermagem obstétrica na assistência ao parto

16 jul 2019

O Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB), no Distrito Federal, desde a adesão ao Projeto ApiceON, vem conquistando diversos avanços na busca pela humanização e aprimoramento do cuidado e ensino em obstetrícia e neonatologia. Agora é chagado o momento de discutir e implementar mais uma das metas: presença da enfermagem obstétrica na assistência ao parto e nascimento.

Os primeiros passos para conquista dessa meta já começaram com a contratação de uma enfermeira obstetra, realização de uma reunião para discutir as estratégias de implementação da enfermagem obstétrica, um protocolo assistencial em elaboração e a perspectiva de receber mais profissionais para área em agosto.

Leia abaixo a matéria na íntegra sobre o encontro publicada no site oficial do HU-UNB:

HUB debate estratégias para implantar enfermagem obstétrica
Contratação de profissionais especializados possibilitará cumprir meta de projeto do Ministério da Saúde.

Partos mais seguros, com garantia de acompanhante, métodos não farmacológicos para alívio da dor e taxas praticamente nulas de intervenções consideradas desnecessárias, como incisão na região do períneo (episiotomia) e pressão na barriga da mulher (Manobra de Kristeller). Esses são alguns dos avanços conquistados pelo Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB) desde a adesão ao projeto do Ministério da Saúde Apice On (Aprimoramento e Inovação no Cuidado e Ensino em Obstetrícia e Neonatologia), em agosto de 2017.

Apesar das inúmeras conquistas, o HUB ainda precisa evoluir em uma das metas, a presença da enfermagem obstétrica na assistência ao parto e nascimento. Com a recente contratação de uma enfermeira especializada em obstetrícia e a perspectiva de receber mais dois profissionais em agosto, esse cenário começa a mudar e, junto com ele, iniciam os debates sobre as novas formas de trabalho.

“Queremos ouvir a equipe e fazer com esse modelo de atenção seja implantado da melhor maneira possível”, afirma a chefe da Unidade Materno Infantil, Lizandra Moura Sasaki. Por isso, profissionais de enfermagem, médicos e residentes da unidade se reuniram com lideranças do Apice On na última segunda-feira (8), no auditório 1. “Estou aqui há 20 anos e fico feliz com essa abertura para a atuação do enfermeiro. A equipe médica pode confiar. Estamos aqui para somar”, disse a enfermaria Edla Regina Bezerra, que tem especialidade na área.

Foi um momento de trocar experiências, ouvir estratégias de sucesso e reforçar a mensagem que marcou o encontro: a mudança exige trabalho em equipe. “Trabalhar junto não é dividir tarefas, mas compor. É uma relação de confiança construída no dia a dia entre médicos e enfermeiros, com respeito e garantia de que há evidência científica de que a enfermagem obstétrica reduz a mortalidade materna”, afirmou a mediadora do projeto em Brasília, Carine Nied.

O discurso também foi validado pela enfermeira Ana Paula Vallerine, coordenadora no Apice On. “Não existe disputa de espaço entre enfermeiros e médicos. É um trabalho coletivo, com a união de dois saberes, em que eles tomam decisões juntos. Esse pressuposto traz segurança para a equipe e beneficia toda a família da paciente”, argumentou.

Para exemplificar, Ana Paula contou a experiência do Hospital de Belo Horizonte (MG), Sofia Feldman, que foi criado com a enfermagem obstétrica sendo responsável pelos partos, junto com a equipe médica. “Desenvolvemos uma forma coletiva de aprender, com oficinas, discussão de casos, aulas em conjunto para as mesmas disciplinas. Precisamos mudar a formação do profissional para não termos mais esse tipo de embate”, avaliou ela.

No HUB, no entanto, o assunto ainda gera insegurança, pela ideia de que os enfermeiros estariam ocupando um espaço que seria do médico. “A proposta é ótima, mas vemos a formação como um empecilho”, declarou o médico obstetra Marcus Alexandre Sant’Anna. A preocupação foi compartilhada pela residente em obstetrícia do terceiro ano, Michelle Matsunaga. “No HUB são realizados poucos partos, mas precisamos prestar a assistência na hora do parto para termos experiência”, disse.

A resposta veio da própria experiência. “Todos querem estar na hora do parto, mas não temos que nos preocupar com quantidade e sim com o tempo dedicado ao cuidado da mulher, que não acaba depois de tirar o bebê”, ressaltou a enfermeira convidada para o encontro, Gerusa Amaral de Medeiros, que tem mais de 20 anos de atuação na área.

Para formalizar a inserção da enfermagem obstétrica no HUB, está em elaboração um protocolo assistencial. “É preciso primeiro organizar as funções da enfermagem no serviço para depois passar a fazer o trabalho em conjunto com a equipe médica”, ponderou a enfermeira Marinny Vieira. “Há uma diretriz institucional para a efetiva atuação do enfermeiro obstétrico. O que queremos é que a equipe ajude a definir qual é a melhor maneira de gerar qualidade na assistência às pacientes”, completou o chefe da Divisão de Enfermagem, Rigeldo Lima.

O Apice On
Iniciativa do Ministério da Saúde em parceria com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), a Associação Brasileira de Hospitais Universitários e de Ensino (Abrahue), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o Apice on visa qualificar as práticas de cuidado e formação profissional na obstetrícia e neonatologia. O projeto preconiza ações de qualificação nas áreas de atenção ao parto, nascimento e abortamento, saúde sexual e reprodutiva, e atenção humanizada às mulheres em situação de violência sexual.

O HUB é um dos quatro hospitais do Distrito Federal a fazer parte da iniciativa, junto com o Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), o Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB) e o Hospital da Região Leste (HRL). No país, são 97 unidades hospitalares participantes. “

 

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