A capital paulista sediou, nos dias 8 e 9 de maio, o Seminário Macrorregional do Projeto de Aprimoramento e Inovação no Cuidado e Ensino em Obstetrícia e Neonatologia (Apice ON). Em sua segunda edição em São Paulo, o seminário, que contou com a participação de cerca de 180 pessoas e 21 hospitais, propôs discussões sobre os primeiros meses de atuação, principais avanços e desafios encontrados na execução das diretrizes do projeto.
Representando a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Mônica Reis, reafirmou o apoio da entidade ao Apice ON, reforçando a parceria com o projeto em busca do objetivo comum de redução da mortalidade materna, como preconizam as metas do milênio da Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo Mônica, a partir de iniciativas como Apice ON, que visa a garantia dos direitos reprodutivos das mulheres, tem-se a oportunidade de mudar a sociedade como um todo.
Durante o evento, integrantes dos grupos estratégicos locais de cada hospitais puderam debater, com as equipes dos demais serviços, dados sobre o esforço empenhado até então nos eixos de planejamento reprodutivo, violência sexual, abortamento e parto e nascimento.
Propondo uma abordagem ampliada do eixo de ensino, o seminário trouxe um talk show com o professor do Departamento de Medicina da Universidade de São Carlos, Geovani Gurgel Aciole, e com a professora do Departamento de Enfermagem da Universidade de São Carlos, Sueli Fátima Sampaio. Sob mediação de Kleyde Ventura, foram discutidos os desafios para qualificação e integração do ensino e prática em obstetrícia e neonatologia. A necessidade de se estabelecer um trabalho multiprofissional, desde a academia, e a participação do gestor em todas as etapas foram pontos-chaves na discussão. Para a gerente de enfermagem do Hospital do Sumaré, Joyce Wilden, “é essencial o diálogo e o respeito entre equipes para que o ensino esteja articulado com a prática profissional.”
Divididos em blocos de ensino, assistência e vinculação, indicadores de gestão e planejamento, 13 hospitais apresentaram experiências vividas na unidade durante os meses de atuação no projeto. Ações como a inserção de médico residente no Centro de Parto Normal, capacitação de inserção de DIU no pós-parto e pós-abortamento, estreitamento de relação com a atenção básica e a criação de instrumentos para registro de dados foram parte das experiências apresentadas, que geraram base para discussão e análise de métodos que podem ser adaptados para execução em outras unidades.
A médica ginecologista Maria Cecília Feitosa, da Santa Casa de Ribeirão Preto, afirmou que o Apice ON vem para trazer um avanço essencial na melhora da saúde brasileira, garantindo um tratamento mais adequado, principalmente, para pessoas mais vulneráveis. Segundo a médica, nos primeiros meses deste ano, muitas práticas já foram incorporadas à rotina da Santa Casa, como o contato pele a pele e amamentação precoce. Além dos avanços já alcançados, o hospital busca a redução significativa do número de episiotomias e modernização das instalações físicas para elaboração de um centro de parto adequado.
A docente da Escola Paulista de Enfermagem, Maria Magda Balieiro, afirmou que o Apice ON levou ao Hospital Universitário da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mais oportunidades de atuação em relação a capacitação e planejamento reprodutivo. A professora afirmou que até então, a integração entre o Hospital Universitário, as escolas de medicina e de enfermagem e a equipe de neonatologia firmada desde novembro de 2017 é um dos maiores ganhos na unidade. “Periodicamente as equipes se reúnem para discussão de protocolos comuns, além de unificação de indicadores coletados”, destaca.
Parcerias
No primeiro dia do seminário, a mesa de abertura contou com parceiros, apoiadores e representantes de associações e equipes de gestão municipal e estadual de saúde do estado de São Paulo. Compuseram a mesa a coordenadora-geral de Saúde da Mulher do Ministério da Saúde, Mônica Almeida Neri, a coordenadora-geral do Apice ON, Kleyde Ventura, a coordenadora da Atenção Básica de Saúde do Homem da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, Ana Lúcia Cavalcanti, a representante da Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras (Abenfo), Carla Luzia França, a representante da Câmara Intersetorial de Saúde das Mulheres do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Carmen Lúcia Luiz, o diretor administrativo da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) Coríntio Marianni Neto, a representante do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo, Eduarda Ribeiro dos Santos, a representante da da Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), Mônica Reis, a representante da Rede pela Humanização do Parto e Nascimento (ReHuNa), Glauce Soares, a representante da Sociedade Brasileira de Pediatria, Lilian Sadeck, o líder do grupo de pesquisa de saúde da população negra e indígena do Instituto de Saúde, Luís Eduardo Batista , a representante da coordenação de Saúde da Mulher da Secretaria de Estado de São Paulo, Marisa Ferreira Lima, a representante da Coordenação de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, Andrea Penha Fernandes, o representante da Coordenação de Atenção Básica de Saúde do Homem da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo, Neil Boaretti, a representante da Coordenação da Saúde da Criança de São Paulo, Roberta Ricardes Pires, a representante da Associação de Ginecologia e Obstetrícia de São Paulo (Sogesp), Rossana Pulcinelli Vieira.
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