Comportamento suicida e autolesão na infância e adolescência: conversando com profissionais sobre formas de prevenção [recurso eletrônico] / autores Joviana Q. Avanci … [et al.]. – Rio de Janeiro: Faperj, 2023. 1 recurso eletrônico (7.800 kb). – (Série Violência e saúde mental infanto-juvenil).
Neste livro buscamos informar e dialogar sobre a prevenção do comportamento suicida e da autolesão com profissionais que estão diariamente envolvidos no cuidado e na atenção a milhares de crianças e adolescentes. Não resta dúvida de que a divulgação de informações seguras é capaz de qualificar intervenções e mudar os rumos desses problemas de saúde mental ainda nas fases iniciais da vida.
O comportamento suicida e a autolesão são relativamente comuns nas primeiras décadas da vida, mas mais ainda na adolescência. Contudo, muitas vezes são pouco reconhecidos, especialmente nas faixas etárias mais novas. Em todo o mundo, o comportamento suicida é a quarta causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos [1]. A autolesão entre adolescentes oscila bastante entre países (7,3% entre norte-americanos, 10,1% entre australianos e 55,5% entre espanhóis), talvez devido à falta de consenso sobre conceitos, distintos grupos investigados e aspectos geográficos e socioculturais [2, 3]. Numa pesquisa com adolescentes brasileiros, 90% dos alunos entrevistados em Vitória e Campo Grande afirmaram ter algum colega, amigo ou conhecido que já tenha se machucado de propósito. As meninas se sobressaem em comparação com os meninos [4].
O relatório mundial divulgado pelo Unicef, em 2021, alerta que quase 46 mil adolescentes morrem por suicídio a cada ano, sendo uma das cinco principais causas de morte nessa faixa etária. Contudo, persistem grandes lacunas entre as necessidades de saúde mental e o financiamento de políticas voltadas a essa área, que ficam em torno de 2% dos orçamentos governamentais de saúde alocados para gastos com saúde mental em todo o mundo [5].
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