Apoiando o desenvolvimento na primeira infância: da ciência à difusão em grande escala. The Lancet, 2016.
A Série de 2016 da revista The Lancet sobre desenvolvimento na primeira infância destaca um tema que foi universalmente reconhecido nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável de 20301-3. Esta Série leva em consideração novas evidências científicas para intervenções, com base nas conclusões e recomendações das séries anteriores desta revista sobre o desenvolvimento infantil (2007, 2011), e propõe caminhos para a implementação de programas de desenvolvimento infantil em escala. A Série enfatiza a “promoção de cuidados”, especialmente das crianças com menos de três anos de idade, bem como as intervenções multissetoriais, a começar pela saúde, que possam chegar a um grande número de famílias e crianças pequenas, através da saúde e da nutrição.
Definições atualizadas de raquitismo e pobreza extrema e a disponibilidade de melhores fontes de dados foram usadas para fazer uma nova estimativa do número de crianças menores de cinco anos, nos países de baixos e médios rendimentos, que correm o risco de não atingir o seu potencial de desenvolvimento. Entre 2004 e 2010, esse número baixou de 279 milhões (51% de crianças em 2004) para 249 milhões (43% de crianças em 2010), registando-se a prevalência mais elevada na África Subsariana (70 % em 2004 e 66% em 2010).
Uma análise ilustrativa de 15 países com Agrupamentos de Indicadores Múltiplos disponíveis em 2010 ou 2011 demonstra as implicações dos novos riscos para o desenvolvimento das crianças, além da pobreza e do raquitismo, incluindo a baixa escolaridade materna (ensino primário completo) e os maus-tratos às crianças, quer por um dos pais quer por cuidadores (castigos pesados a crianças com 2 a 5 anos de idade, tais como bater violentamente numa criança, com um cinto ou com um pau). A estimativa do número de crianças em situação de risco aumenta drasticamente quando se acrescenta uma baixa escolaridade materna e algum tipo de abuso físico aumenta de 62.7% (ciranças expostas a riscos de desnutrição ou extrema pobreza) para 75.4%, com grandes disparidades entre diferentes grupos sociais e econômicos subnacionais.
Disponível Em: <http://www.everywomaneverychild.org/>