BRASIL, Ministério da Saúde. Atenção à criança: atenção integral às crianças com alterações do crescimento e desenvolvimento relacionadas às infecções Zika e Storch / Míriam Calheiros, Carla Trevisan, Sandra Siebra, Joselice Pinto, organização. – Recife: Instituto Aggeu Magalhães, 2019.
Após a Conferência de Alma-Ata, na década de 70, o cuidado em saúde na Atenção Primária passou a ser visto como fundamental. No Brasil, essa estruturação tem sido realizada por meio da estratégia de saúde da família, que modificou o cuidado com a criança no país.
No entanto, muitos são os desafios cotidianos e nos últimos anos o contexto epidemiológico tem se modificado rapidamente com a superposição de doenças crônicas e doenças agudas, o que exige contínua formação e educação permanente. Recentemente, a epidemia de Zika passou a exigir um olhar diferenciado das equipes de saúde, pois demandou dos serviços o cuidado com crianças em sobrevida, pacientes que, por tal condição, precisam de atendimento diferenciado. Essa nova demanda somou-se às de outras doenças infecciosas que acometem o recém-nascido, comuns ao cotidiano das equipes da saúde da família: sífilis congênita (S), toxoplasmose congênita (TO), rubéola congênita (R), citomegalovirose congênita (C) e herpes simples congênita (H), comumente mencionadas através da sigla STORCH.
Em tal contexto, este livro foi construído visando contribuir com os profissionais da estratégia de saúde da família a partir da colaboração de especialistas de diferentes áreas, desde serviços de saúde (unidades de saúde da família, serviços especializados e hospitalares) a institutos de pesquisa. A perspectiva é integrar saberes para promover um cuidado de qualidade e promoção de vida.
Assim, no primeiro capítulo, são discutidas questões acerca do contexto epidemiológico, que se modificou levando a reflexões sobre que ações e estratégias deverão ser desenvolvidas na atenção básica. Segue-se, na segunda unidade, com a discussão a respeito do desenvolvimento infantil esperado e sobre como o acompanhar na rotina da unidade básica de saúde. Na terceira unidade, avançamos para uma avaliação cuidadosa do desenvolvimento neuropsicomotor, discutindo a importância no diagnóstico diferencial.
O diagnóstico gera automaticamente a necessidade da construção do plano de cuidados pela equipe de saúde da família, que precisará mapear sua rede de retaguarda para proporcionar o apoio à criança e sua família, tema amplamente discutido na quarta unidade.
Esperamos que todos os conteúdos abordados possam proporcionar reflexões instigadoras, bem como auxiliar no cuidado cotidiano dos serviços. Desejamos que seja uma ótima experiência, pois todo o processo foi construído com carinho por acreditarmos no trabalho que os profissionais da atenção básica promovem!