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Avaliação do Risco de Suicídio e sua Prevenção

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SMS RJ. Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. Avaliação do Risco de Suicídio e sua Prevenção. Rio de Janeiro: Prefeitura Municipal do RJ; 2016.

O suicídio é visto, frequentemente, como o resultado de um processo de decisão onde se consideram os aspectos positivos e negativos em estar vivo, chegando-se à conclusão que é melhor morrer. No entanto, estas situações são exceção (1) pois, na maioria das vezes, ele está ligado a problemas de saúde mental (2) que, se diagnosticados e tratados apropriadamente, podem levar a uma diminuição das tentativas e mortes relacionadas a ele.

Trata-se de um ato cujo risco pode aparecer em diversos tipos de agravos de saúde mental ou relacionados a doenças físicas crônicas ou doenças terminais.

Sendo considerado um problema de saúde pública, o suicídio demanda a atenção de toda a sociedade (3). Frequentemente, a pessoa que pensa em se matar não busca o serviço de saúde mental. Ela tenta falar sobre estes pensamentos com seus parentes, conhecidos ou com profissionais de serviços de saúde, como os da Atenção Primária (AP). As pessoas que fazem uma tentativa, quando são atendidas em serviços de saúde, geralmente chegam ao pronto-atendimento, emergência ou centros de terapia intensiva, dependendo da gravidade clínica da investida.

A prevenção do suicídio abrange desde a oferta das condições mais adequadas para o atendimento e tratamento efetivo das pessoas em sofrimento psíquico até o controle ambiental dos fatores de risco. São elementos considerados essenciais para ações de prevenção do suicídio: o aumento da sensibilidade para percepção da presença do risco e a divulgação de informações apropriadas.

A abordagem do risco de suicídio e sua prevenção são de responsabilidade de todos os profissionais de saúde, não importando em qual nível de atenção trabalhem. No entanto, a Atenção Primária à Saúde (APS) ocupa um papel privilegiado no cuidado e na articulação da rede de suporte da pessoa em risco e no apoio aos familiares e amigos. Ela parte de um entendimento ampliado do processo saúde-doença, de modo que coordena o cuidado, racionalizando o uso de tecnologias e recursos terapêuticos mais caros, estruturando o cuidado em diferentes níveis do Sistema Único de Saúde (SUS), podendo também utilizar outros recursos da comunidade na construção do suporte necessário.

Diante do aumento das notificações de tentativas de suicídio e de óbitos por suicídio no Município do Rio de Janeiro, considerando a escassez de manuais sobre o tema no Brasil e a necessidade de orientar ações com base em evidências, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro produziu este guia de referência rápida.

Este guia tem como objetivo apoiar as equipes da Atenção Primária à Saúde e os Núcleos de Apoio de Saúde da Família nas ações de cuidado e prevenção do suicídio, propondo ações integrais, além de orientar as equipes em:

1) Identificar [pessoas em] risco de suicídio e avaliar [sua] gravidade;
2) Tomar decisão sobre a linha de cuidados que deve ser adotada (sustentada por evidência científica e princípio da integralidade);
3) Articular intervenções da rede durante o processo terapêutico (pautado na integralidade) buscando remissão de ideação e resolução dos agravos associados;
4) Ações de promoção e prevenção em saúde mental (articulando-se em rede; – permitindo registro, avaliação, pesquisa concomitante e sobretudo ulterior; – encarregando-se também desde a crise até estratégias de adesão a longo prazo;

O suicídio não é, por si só uma doença ou um transtorno mental, nem necessariamente a manifestação de um, mas muitos transtornos mentais estão frequentemente associados ao suicídio.

Disponível Em: <https://subpav.org/>