Desenvolvimento humano nas macrorregiões brasileiras : 2016. – Brasília: PNUD: IPEA: FJP, 2016. 55 p.: il., gráfs., mapas color.
O Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, lançado em 2013, é uma poderosa ferramenta de diagnóstico socioeconômico dos mais diversos territórios brasileiros. Prova disso é que ainda hoje, passados mais de dois anos de seu lançamento, é possível pensar em novas análises a partir dos dados disponíveis na plataforma.
Esta publicação parte dessa ideia: apresenta os dados já disponíveis de uma maneira mais dinâmica, partindo de uma análise macrorregional do desenvolvimento humano no país. A versatilidade do Atlas nos permite pensar desde o micro – vendo a realidade a nível de Unidades de Desenvolvimento Humano (UDH) – até o macro – pensando o país, as unidades da federação e agora, as macrorregiões.
Ainda mais interessante é o lançamento, junto a essa análise, dos resultados do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) para as macrorregiões brasileiras para os anos 1991, 2000.
Quanto aos dados, o maior IDHM encontrado em 2010 foi o da Região Sudeste, com valor de 0,766; e o menor, o da Região Nordeste, com 0,663. A região Norte aparece praticamente empatada com a Região Nordeste, apre-sentando IDHM de 0,667. A região Sul aparece na terceira posição, com IDHM de 0,754, também praticamente empatada com a Região Centro-Oes-te, de IDHM 0,757. Esses valores evidenciam que todas as macrorregiões brasileiras têm Médio ou Alto Desenvolvimento Humano. Nota-se, com isso, grande avanço desde 1991, quando nenhuma macrorregião alcançava Médio Desenvolvimento Humano.
Interessante notar que a desigualdade entre as macrorregiões brasileiras manteve-se entre 1991 e 2000, mas tem queda significativa entre 2000 e 2010. Em 1991, a diferença entre a macrorregião brasileira com IDHM mais alto e com IDHM mais baixo era de 0,156, enquanto em 2000 chegou a 0,160. Já em 2010 essa diferença diminui para 0,103, o que demonstra uma redução das desigualdades entre as regiões brasileiras nesse período.
Quando analisamos o incremento do IDHM nesse período, essa constatação é comprovada, visto que o maior incremento entre 2000 e 2010 e também entre 1991 e 2010 foi da Região Nordeste, com 0,147 e 0,266, respectivamente. A Região Norte segue como a segunda que obteve maior incremento no seu IDHM, com aumento de 0,226 no período 1991-2000. A exceção fica no período 1991-2000, no qual a Região Sul cresceu mais que as demais, com 0,132 de incremento.
Com relação às dimensões do índice, vemos a predominância da Região Sudeste com o maior IDHM Educação e Renda nos anos 1991 e 2000. Em 2010, a Região Sudeste perde o posto do maior IDHM Renda para a Região Centro-Oeste, que alcança 0,776, mas mantêm a primeira colocação no IDHM Educação, de 0,688. Já a Região Sul desponta na primeira posição no IDHM Longevidade nos três períodos estudados, sendo o IDHM de 2010 de 0,848.
Ao mesmo tempo, quando analisamos o incremento das dimensões do IDHM, nota-se que a Região Nordeste concentra o maior incremento na dimensão Longevidade nos dois períodos estudados e também é a macrorregião com maior incremento no período 1991-2010 no IDHM Renda.
Já a dimensão Educação apresenta grande variedade. No período 1991-2000, a macrorregião que teve maior incremento foi a Sudeste. Por sua vez, a Região Nordeste foi a que teve maior incremento no período 2000-2010. No entanto, quando analisamos as duas décadas, a Região Centro-Oeste desponta como a que teve o maior incremento.
Percebe-se também que, como no resto do país, há grande disparidade entre as dimensões do IDHM. Enquanto todas as regiões alcançam o nível Alto ou Muito Alto na dimensão Longevidade em 2010, nenhuma delas alcança o nível Alto em Educação, apesar de ser a dimensão que mais cresceu entre 1991-2010 em todas as macrorregiões.
Vemos que, apesar da redução das disparidades entre as macrorregiões brasileiras ter se acentuado nos últimos anos, muito ainda é necessário para que o Brasil vença o passivo histórico de desigualdade.
Disponível Em: <http://repositorio.ipea.gov.br/>