Bischoff AR, Friedrich L, Cattan JM, Uberti FA. Incidência de toxoplasmose congênita no período de 10 anos em um hospital universitário e frequência de sintomas nesta população. Bol Cient Pediatr. 2015;04(2):38-44
Objetivo
Avaliar a incidência geral e a incidência de casos sintomáticos de toxoplasmose congênita em um período de 10 anos em um hospital universitário no Sul do Brasil e avaliar a frequência de sinais e sintomas nesta população.
Métodos
Coorte retrospectiva de pacientes que foram tratados em um ambulatório pediátrico de toxoplasmose con-gênita em um hospital universitário no Sul do Brasil no período de abril de 2004 a dezembro de 2014. Resultados:A incidência de toxoplasmose congênita variou de 0-14,06:10.000 nascidos vivos, com uma incidência média de 5,97:10.000 nos 10 anos estudados (IC 95% 3,02-8,91). A incidência de toxoplasmose congênita sintomática variou de 0-8,67:10.000 nascidos vivos, com uma incidência média de 4,69:10.000 (IC 95% 2,44-6.94). Apenas 5 casos (14,3%) foram assintomáticos. Os principais achados foram coriorretinite (65,7%), calcificações intracranianas (48,6%) e alterações de líquido cefalorraquidiano (28,5%).
Conclusão
A incidência de toxoplasmose congênita foi semelhante a dados anteriores de outros estudos no Brasil. No entanto, a incidência de casos sintomáticos foi significativamente maior do que em estudos europeus anteriores. Embora a maior parte dos casos seja descrita como assintomática na literatura, neste estudo encontramos altas taxas de casos sintomáticos (85,7%), com a coriorretinite sendo o principal achado. Este fato pode ser explicado em parte por uma maior virulência do patógeno na América do Sul, mas um pré-natal inadequado permanece como o principal determinante nos altos níveis de infecção e frequência de sinais e sintomas nesta população.
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