Speretta, G. et al. Obesidade, inflamação e exercício: foco sobre o TNF-alfa e IL-10. Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2014;13(1):61-69.
O aumento da prevalência da obesidade está diretamente relacionado ao aumento da ingestão calórica associado à diminuição do gasto energético, devido às alterações no estilo de vida do ser humano. O agravante dessa situação é que doenças crônico-degenerativas como diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial, aterosclerose, esteatose hepática não alcoólica que, em conjunto, caracterizam a síndrome metabólica, estão acometendo mais pessoas a cada dia, independentemente de classe social, idade e gênero. Apesar de ainda não existir um consenso sobre a etiologia da síndrome metabólica, parece estar claro na literatura que a inflamação crônica de baixa intensi-dade, originada a partir do excesso de tecido adiposo, é um fator que está presente na maioria das doenças que compõem essa síndrome. Diversos estudos têm demonstrado que a hipertrofia dos adipócitos, principalmente no tecido adiposo visceral, provoca um desequilíbrio na homeostase metabólica do tecido adiposo, aumentando a produção de adipocinas pró-inflamatórias, como o fator de necrose tumoral-alfa (tumor necrosis factor alpha – TNF-alfa) e reduzindo a produção de adipocinas anti-inflamatórias, como interleucina-10 (IL-10), culminando no processo inflamatório crônico de baixa intensidade. Dessa maneira, diferentes modalidades de exercício físico têm se mostrado estratégias capazes de promover inúmeros benefícios na prevenção e no tratamento da obesidade, inclusive na redução do processo inflamatório crônico de baixa intensidade ou, em outras palavras, diminuindo a produção de TNF-alfa e outras adipocinas pró-inflamatórias e aumentando a produção de IL-10 e outras adipocinas anti-inflamatórias.
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