Rastreio, diagnóstico e tratamento do câncer de colo de útero. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), 2017.
A incidência estimada de câncer do colo do útero no Brasil no ano de 2016 foi de 16.340 casos, e existem grandes diferenças regionais na incidência da doença. O fator de risco mais importante para o desenvolvimento deste câncer é a presença do vírus HPV (human papillomavirus) com seus subtipos oncogênicos, além de outros fatores.
O tumor de colo uterino se apresenta na sua fase inicial, de uma forma assintomática ou pouco sintomática, fazendo com que muitas pacientes não procurem ajuda no início da doença. Por esta razão é muito importante a vigilância contínua, através de medidas de prevenção e rastreamento. A prevenção do câncer invasivo do colo do útero é feita por medidas educativas, vacinação, rastreamento, diagnóstico e tratamento das lesões subclínicas. No Brasil as vacinas para prevenção do HPV já fazem parte do calendário vacinal desde 2013, totalmente gratuito, para meninas de 9 a 13 anos.
Existem várias maneiras de rastrear o câncer de colo, mas o método ouro de diagnóstico do câncer de colo uterino é dado pela histologia, que pode ser realizada através de uma biopsia direta da lesão ou, em casos de lesão endocervical, através da conização de colo uterino ou curetagem do canal endocervical.
A sua mortalidade em nosso país ainda é alta, tendo sido estimado, em 2013, 5.430 mortes. A sobrevida em cinco anos para esse tipo de câncer obteve melhora ao longo dos anos e no Brasil, para o período de 2005 a 2009, ficou em torno de 61%.
Pela sua importância médico-social e pelo papel que os ginecologistas e obstetras podem desempenhar no sentido de reduzir as taxas de incidência e mortalidade do câncer de colo, este tema não poderia faltar na série temática Orientações & Recomendações FEBRASGO.
A Comissão Nacional Especializada de Oncologia da FEBRASGO apresenta neste fascículo de forma extremamente didática, por meio de perguntas e respostas, todos os aspectos das diferentes técnicas utilizadas para rastreamento, diagnóstico, tratamento e seguimento pós-tratamento do câncer de colo uterino, visando oferecer aos nossos profissionais o conhecimento das melhores práticas para o atendimento destas pacientes. Os autores incluem algumas situações específicas que ainda são pouco debatidas em nosso meio como, por exemplo, a conduta frente a uma paciente com câncer de colo, irradiada, com desejo de preservação da função sexual ou quais as modalidades de conduta conservadora, visando a preservação da fertilidade no carcinoma invasivo do colo do útero. Vale a pena ter este fascículo como “companheiro” de consultório.
Disponível Em:<https://www.febrasgo.org.br/>