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Vitamina D, Funções Plenamente Reconhecidas de Nutrientes

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Giudici, K.V.; Peters, B.S. E.; Martini , L. A. © 2018 ILSI Brasil International Life Sciences Institute do Brasil. Vitamina D, Funções Plenamente Reconhecidas de Nutrientes. v. 2,  2018.

A epidemia do raquitismo que ocorreu na Europa durante a revolução industrial foi alvo de pesquisas durante muitas décadas e em 1882, um médico polonês observou que as crianças em Varsóvia padeciam de raquitismo grave, e que essa doença era praticamente desconhecida nas zonas rurais.

Após pesquisar durante algum tempo crianças da cidade e da zona rural, o médico concluiu que os banhos de sol curavam a enfermidade.

Em 1892, o cientista britânico T. A. Palm confirmou a relação entre a distribuição geográfica do raquitismo e a proporção de luz solar na região. Paralelamente, neste mesmo período, um pesquisador francês reportou cura entre aqueles a quem foi administrado um remédio caseiro, o óleo de fígado de bacalhau1.

Apesar dessas descobertas, no início do século XX o raquitismo ainda era identificado em regiões da Europa. Em 1913, H. Steenbock e E. B. Hart, da Universidade de Wisconsin, demonstraram a relação entre a luz solar e a estrutura óssea ao mostrarem que cabras produtoras de leite mantidas em ambientes fechados perdiam grande quantidade de cálcio esquelético quando comparadas a cabras mantidas ao ar livre.

Seis anos depois, o cientista alemão K. Huldschinsky realizou um experimento inovador, com o qual curou o raquitismo de crianças utilizando luz ultravioleta produzida artificialmente.

Dois anos depois, os pesquisadores Alfred F. Hess e L. F. Unger, da Universidade de Columbia, confirmaram a cura de doenças como o raquitismo com a exposição solar1.

No campo da Nutrição, o médico inglês Sir Edward Mellanby acreditava ainda que o raquitismo pudesse ocorrer devido a alguma deficiência dietética. Em 1918, induziu o raquitismo em cães, mantendo-os em espaços fechados e apenas se alimentando de aveia.

Quando os animais foram curados recebendo óleo de fígado de bacalhau, Mellanby acreditou que a cura se devia à vitamina A, identificada nos óleos1, o que foi posteriormente refutado por Elmer V. McCollum, ao identificar que aquecendo e oxigenando o óleo, este se tornava incapaz de curar a xeroftalmia, contudo permanecia eficaz contra o raquitismo.

E assim McCollum, na publicação de suas pesquisas em 1922, considerando as recém-nomeadas vitaminas A, B e C, chamou sua nova descoberta de “vitamina D”.

Mais tarde, outros estudos mostraram que alguns alimentos irradiados com luz ultravioleta funcionavam contra o raquitismo tão bem quanto o óleo de fígado de bacalhau.

A partir daí, iniciou-se a busca para encontrar nos alimentos e na pele qual era a substância exata ativada pela irradiação ultravioleta1,3.

Ao final da década de 20, as estruturas químicas da vitamina D foram identificadas no laboratório do Professor Windaus, na Universidade de Göttingen (Alemanha), que recebeu o Prêmio Nobel de Química em 1928 por seu trabalho em esteróis e sua relação com vitaminas.

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