Sistematizamos as principais questões abordadas durante Encontro com a Especialista Jorginete de Jesus Damião, nutricionista, professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), realizado em 19/04/2022.
Veja também: Postagem sobre o tema
Ao falar de práticas de alimentação adequadas e saudáveis é fundamental considerar a garantia do direito à alimentação e à água potável e o panorama sobre segurança alimentar das famílias brasileiras.
De 2004 a 2020, os números mostram que há uma tendência crescente da fome, retrocessos de políticas sociais de incentivo à agricultura familiar e aumento da insegurança alimentar. O contexto da pandemia de COVID-19 reforça os desafios que favorecem a insegurança alimentar e nutricional que já estavam presentes nos anos anteriores.
O Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI, 2019) aponta que antes da pandemia de COVID 19, famílias com crianças menores de 5 anos já conviviam com a insegurança alimentar e nutricional, especialmente na população parda e preta, quando comparada à população branca. Assim, é fundamental considerar as desigualdades sociais, cor, gênero e endereço quando se discute a insegurança alimentar e nutricional na população.
Até os 6 meses de idade o leite materno é capaz de atender a totalidade das necessidades nutricionais e energéticas da criança, momento em que começa a ser necessário a introdução de novos alimentos para atender as necessidades nutricionais da criança. A criança que está em crescimento e em desenvolvimento está pronta também para receber estes novos alimentos.
Além do aporte nutricional/energético proveniente dos alimentos que compõem a alimentação complementar, o momento da alimentação também é momento de aprendizado sobre os hábitos alimentares da família.
O conhecimento sobre os alimentos é muito importante, mas é fundamental a disponibilidade dos mesmos. Ter acesso ao alimento é mais importante do que ter o conhecimento sobre ele.
Observa-se que a situação econômica interfere na iniciação da alimentação complementar a partir dos 6 meses de idade de modo que, nas regiões mais ricas do país, assim como nas famílias de melhor poder aquisitivo a introdução alimentar a partir dos 6 meses é mais frequente (ENANI, 2019).
O mesmo estudo aponta ainda que crianças brancas alimentam-se com menos alimentos ultraprocessados, quando compara-se com a população de cor parda ou preta. Mostra ainda que crianças entre 6 a 11 meses são as que recebem menos suplementação de ferro.
Atenção: no processo de introdução alimentar é importante atentar para as diferenças entre as crianças. Assim, é importante respeitar os limites que a criança manifesta sobre a quantidade de alimento aceita, pois ela está conhecendo/aprendendo sobre os alimentos.
A consistência dos alimentos é muito importante no processo de introdução alimentar, pois o momento da alimentação pode ser um momento de aprendizagem e de descoberta quanto aos gostos, texturas que estimulam paladar e olfato.
Boas Práticas para alimentação complementar ao Aleitamento Materno
É importante reforçar o que não se deve se oferecer à criança:
Cozinhar em casa pode ser uma estratégia importante. É fundamental fortalecer a comida culturalmente aceita e ambientalmente sustentável.
A quantidade de alimento para a criança aumenta com o passar do tempo, desde o início a comida deve ser amassada e não liquidificada, o ambiente doméstico e como a família se alimenta irá influenciar na relação da criança com os alimentos.
Importante:
Perguntas & Respostas
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Como citar
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira. Portal de Boas Práticas em Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente. Postagens: Principais Questões sobre Desafios na Introdução Alimentar. Rio de Janeiro, 16 out. 2023. Disponível em: <https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/atencao-crianca/principais-questoes-sobre-desafios-na-introducao-alimentar/>.