Sistematizamos as principais questões abordadas durante Encontro com a Especialista Daniele Pestana, médica gastroenterologista pediátrica, realizado em 13/09/2021.
Veja também: Postagem sobre o tema
A Insuficiência Hepática Aguda Pediátrica é uma síndrome complexa, de rápida progressão, que acomete todas as idades e é a via final comum para muitas condições díspares, algumas conhecidas e outras ainda não identificadas. A Insuficiência Hepática Aguda se manifesta dentro de 8 semanas após o início da doença hepática clínica em paciente sem evidência prévia de doença hepática crônica.
Outras denominações para a Insuficiência Hepática Aguda: Hepatite Fulminante, Falência Hepática Aguda ou Necrose Hepática Aguda.
O curso natural da doença é dinâmico e imprevisível, mas com o advento do transplante hepático houve uma diminuição na mortalidade por esta causa.
Precisa-se avaliar a evidência bioquímica de lesão hepática e coagulopatia. Para tanto, é necessário solicitar exames laboratoriais.
Durante a anamnese é importante questionar sobre início dos sintomas, sobre a exposição a fatores que podem ter desencadeado o quadro clínico, se há uso de drogas lícitas e ilícitas, uso de medicamentos, doenças psiquiátricas, infecções e outras informações que possam contribuir com o raciocínio clínico.
No exame físico é importante observar a presença de hematomas, equimoses, edema e ascite.
Sinais de insuficiência hepática crônica: telangiectasia, baqueteamento digital, eritema palmar, fígado endurecido, esplenomegalia significativa, tais sinais/sintomas afastam o diagnóstico de insuficiência hepática aguda, já que um dos preceitos para esse diagnóstico é uma falência hepática sem diagnóstico prévio de hepatopatia.
O início preciso da insuficiência hepática raramente é identificado. Os sintomas podem persistir por dias ou semanas até que a criança seja levada ao médico. Os sinais/sintomas observados são a deterioração hepática com sinais de hipoglicemia, encefalopatia, edema cerebral, falência de órgão e óbito.
Importante: avaliar encefalopatia hepática (utilizar critérios para definir o grau de encefalopatia), solicitar exames complementares: exames de imagem como tomografia ou ressonância magnética de crânio, radiografia de tórax, eletrocardiograma, ultrassonografia com doppler hepático, ecocardiograma e exames laboratoriais.
Compreender a etiologia é muito importante para se verificar quais as causas são tratáveis: doenças virais, uso de medicamentos, doenças metabólicas e doenças cardiovasculares são as principais causas com possibilidade de intervenção/tratamento.
Abordagem inicial: guiada pela idade do paciente, o profissional precisa identificar se há causas tratáveis. Identificar e tratar as complicações (é importante dar o suporte adequado) e identificar precocemente a necessidade de transplante hepático.
Importante:
Abaixo, gravação do Encontro na íntegra.
Perguntas & Respostas
Como citar
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira. Portal de Boas Práticas em Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente. Postagens: Principais Questões sobre Insuficiência Hepática na Criança: sinais de alerta e abordagem. Rio de Janeiro, 19 jan. 2023. Disponível em: <https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/atencao-crianca/principais-questoes-sobre-insuficiencia-hepatica-na-crianca-sinais-de-alerta-e-abordagem/>.