Sistematizamos as principais questões abordadas durante o Encontro com a Especialista Adriana Reis, enfermeira do IFF/Fiocruz, professora da Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), realizado em 07/03/2023.
Veja também: Postagem sobre Prevenção de Infecção de Sítio Cirúrgico em Pediatria
Uma infecção em sítio cirúrgico (ISC) pode trazer desfechos fatais, portanto utilizar as estratégias disponíveis para preveni-la é sempre a melhor opção.
A infecção de sítio cirúrgico é uma infecção que ocorre na incisão criada por um procedimento cirúrgico invasivo. Embora a maioria das infecções seja tratável com antibióticos, as ISC continuam sendo causa significativa de morbidade e mortalidade após a cirurgia e têm um impacto econômico importante nos sistemas de saúde (MEOLI et al, 2022).
As ISC têm uma taxa de ocorrência em pediatria relativamente baixa, entretanto, quando ocorrem, causam o aumento do tempo de hospitalização, o incremento dos gastos financeiros e possíveis danos permanentes à criança.
De acordo com a ANVISA (2017) a ISC são infecções relacionadas a procedimentos cirúrgicos, com ou sem a colocação de implantes em pacientes internados ou ambulatoriais.
As Comissões de Controle Hospitalar utilizam diretrizes do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) e do Ministério da Saúde que orientam a vigilância das crianças nos primeiros 30 dias após o procedimento cirúrgico. Quando há a utilização de órteses e próteses a vigilância deve ser estendida para 90 dias. Quando ocorre algum processo infeccioso nesse intervalo de tempo deve-se correlacionar a infecção ao ato cirúrgico.
A incidência de ISC varia de acordo com o sítio de cirurgia, com taxas entre 1.2% e 18.7%. Se a cirurgia é uma cirurgia limpa, potencialmente contaminada ou contaminada (ULUDAG, 2000; SABATINNI, 2018)
Para a prevenção das infecções no sítio cirúrgico, muitas vezes são utilizadas as medidas farmacológicas como o uso dos antimicrobianos no pré e pós-operatório. Vale ressaltar que as medidas não farmacológicas também são fundamentais, além de serem de baixo custo, ajudam a prevenir ISC.
ATENÇÃO: as notificações de infecção de sítio cirúrgico são obrigatórias em cirurgias cesarianas, implantes de prótese mamária, implante de prótese de quadril primária, implante de joelho primária, infecções pós revascularização do miocárdio e infecções pós-cirurgia de derivação neurológica.
As ISC se classificam em incisão superficial (quando acomete parte superficial da pele e uma parte do subcutâneo), incisional profunda (quando perpassa o subcutâneo e atinge fáscia e músculos) e infecção de órgão ou cavidade.
Linha de cuidado: definição de fluxos assistenciais seguros e garantidos aos usuários no SUS (Berwig et, 2016).
O processo operatório em crianças deve prever:
Medidas de prevenção no Pré-operatório:
Medidas de prevenção no Transoperatório:
Medidas de prevenção no Pós-operatório:
Medidas de prevenção na realização dos Curativos:
Atenção: para a limpeza de feridas limpas, usar somente solução salina (SF 0,9%). Para a limpeza de drenos usar álcool à 70%. Para dreno de penrose, limpeza com SF 0,9%. Para feridas contaminadas utilizar coberturas específicas.
Prevenir ISC em crianças deve ser a meta das equipes de saúde para a redução da morbimortalidade. As infecções de sítio cirúrgico são eventos evitáveis.
Protocolos bem definidos para o pré, trans e pós operatório são ferramentas fundamentais para a redução de ISC.
Abaixo, a gravação do Encontro na íntegra.
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Como citar
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira. Portal de Boas Práticas em Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente. Postagens: Principais Questões sobre Prevenção de Infecção de Sítio Cirúrgico em Pediatria. Rio de Janeiro, 28 jun. 2024. Disponível em: <https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/atencao-crianca/principais-questoes-sobre-prevencao-de-isc-em-pediatria/>.