Sistematizamos as principais questões abordadas durante Encontro com os Especialistas Marcio Nehab, pediatra infectologista do IFF/Fiocruz e Silvana Neres, enfermeira, assessora do Programa de Imunizações da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS/RJ), transmitido em 17/05/2022.
![]() | Veja também: Postagem sobre o tema em formato apresentação |
A cobertura vacinal é um indicador importante para a análise das condições da saúde de um dado local. No Brasil, o sistema utilizado para análise de cobertura vacinal é o SI-PNI. Nesse sistema é possível verificar as vacinas realizadas nas diferentes faixas etárias e públicos (crianças, gestantes, adultos etc).
Mesmo sendo um dos mais efetivos programas de imunização do mundo e dos esforços permanentes para garantir o abastecimento das vacinas dos Calendários de Vacinação do país, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) vem enfrentando um cenário adverso para alcançar as taxas de cobertura vacinal necessárias à imunidade coletiva das vacinas que disponibiliza.
Um dos principais fatores para as quedas de coberturas vacinais está relacionado a falta de percepção de risco de doenças imunopreviníveis pela população, mudanças de coleta de dados do PNI, carência de formação e treinamento dos profissionais, horário de funcionamento dos postos de vacinação, desabastecimentos momentâneos para alguns imunobiológico, surgimento do movimento anti vacinas e notícias falsas e a pandemia da COVID-19.
Para analisar a cobertura vacinal de um dado imunobiológico é importante saber a dose a ser analisada, a idade que deve ser administrada e a meta de cobertura. O cálculo para cobertura vacinal é realizado da seguinte forma:
Cobertura Vacinal = (Números de doses aplicadas de determinada vacina / Total da população-alvo da vacinação a ser analisada) * 100
No que diz respeito à cobertura vacinal contra a Poliomielite, tem-se que desde 2016 a meta de 95% não é alcançada no Brasil.
Sobre a cobertura vacinal da vacina Pentavalente, observa-se que a cobertura em 2019 caiu acentuadamente devido também a falta dessa vacina, com dificuldade posterior de recuperar as crianças que não fizeram essa vacina. Em 2020 e 2021 houve aumento da cobertura no Brasil, entretanto com alcance ainda abaixo da meta estabelecida que seria os 95% de cobertura.
Com relação à vacina Meningocócica, observa-se uma queda significativa da cobertura em 2019. Tem-se ainda que desde o ano de 2016 não é alcançada a meta de cobertura de 95%.
A cobertura da vacina pneumocócica teve redução significativa na sua taxa de cobertura desde 2019. No Brasil essa queda foi significativa.
Desde 2017 o Brasil não consegue a cobertura desejada da vacina Tríplice Viral.
A cobertura da vacina contra a Hepatite A mantém-se abaixo da meta, com uma queda acentuada desde 2018. Alerta-se que assim como as demais, essa vacina é fundamental para proteção das crianças, especialmente aquelas que vivem em situação de vulnerabilidade social.
Algumas estratégias que podem ser utilizadas para o aumento da cobertura vacinal:
Questões importantes a serem ressaltadas:
Atenção: os problemas relacionados às baixas taxas de coberturas vacinais são o retorno das doenças imunopreveníveis, suas complicações e óbitos.
É necessário manter o controle de doenças imunopreveníveis como o Sarampo, a Poliomielite, a Gripe, o CA de colo do útero, a Meningite e todas as outras cujas vacinas são disponibilizadas gratuitamente para a população nos postos de saúde.
Para todas as estratégias de aumento de cobertura vacinal é fundamental o envolvimento da população.
Diversas estratégias baseadas em evidências existem para a recuperação das taxas dessas coberturas vacinais e o retorno da proteção individual e coletiva da população.
Cabe destacar:
O PNI oferece para toda a população vacinas de alta qualidade para combater mais de 20 tipos de doenças registradas pela ANVISA e aprovadas pela INCQS/FIOCRUZ. O programa foi responsável pela erradicação da varíola, a eliminação da poliomielite, da rubéola, da síndrome da rubéola congênita e do sarampo, que infelizmente retornou ao Brasil devido à baixa cobertura vacinal atingindo as populações suscetíveis.
Temos hoje o menor número de notificações de doenças imunopreveníveis da história da Saúde Pública.
Abaixo, a gravação do Encontro na íntegra.
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FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira. Portal de Boas Práticas em Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente. Postagens: Principais Questões sobre Retomada da Cobertura Vacinal: desafios e perspectivas no Brasil. Rio de Janeiro, 13 jun. 2025. Disponível em:<https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/atencao-crianca/principais-questoes-sobre-retomada-da-cobertura-vacinal>.