Sistematizamos as principais questões abordadas durante Encontro com a Especialista Andrea Zin, médica oftalmologista do IFF/Fiocruz.
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Perguntas & Respostas
1. Em tempos de pandemia, as crianças aumentaram muito o uso de telas. Como limitar isso considerando que as aulas estão sendo online e o tempo de descanso é usado para assistir filmes etc.?
O ideal é fazer um tempo de descanso. Caso o descanso seja usado para assistir filme, deve-se usar a tela da televisão que é uma tela maior. O que for possível colocar na tela da televisão será melhor.
Quanto maior a tela e quanto mais distante esta estará da face, melhor para a saúde ocular.
2. O prejuízo de se usar telas de celular e tablet, é o mesmo de se usar televisão?
Quanto menor a tela maior o esforço visual e maior a aproximação do dispositivo do rosto, o que aumenta o trabalho visual para perto.
3. Existe uma distância mais segura para assistir TV?
Uma distância de pelo menos um metro e meio. Além disso, quanto maior a tela melhor para a saúde ocular.
Os celulares não devem ser utilizados para assistir filmes. No caso das crianças, os jogos eletrônicos devem ser conectados preferencialmente à TV. Caso a criança precise fazer uma leitura, recomenda-se dar preferência para a leitura em livros, ao invés do uso de celulares ou outros dispositivos com tela.
4. Crianças que já têm erros de refração devem ser menos expostas às telas? As recomendações são diferentes em algumas circunstância?
Existe uma relação de aparecimento precoce e progressão da Miopia em crianças expostas às telas. Nesse sentido, as crianças que são míopes, estão em maior risco.
5. Como orientar as famílias? Pois vemos que nos passeios os pais fazem uso dos celulares e tablets para as crianças se comportarem.
Sabe-se pouco sobre as consequências para o desenvolvimento neurológico da criança, mas do pouco que se sabe já é possível apontar que o uso de telas na infância não é bom para a saúde ocular. Abaixo de 3 anos não se deve expor a criança e caso seja feito o uso, o tempo deve ser o mínimo possível (30 minutos no máximo).
6. Como suspeitar que uma criança tem problemas refrativos?
Isso nem sempre é uma tarefa fácil.
Um dos erros refrativos mais fáceis de se perceber é a miopia, pois a criança se aproxima muito do objeto ou livro, por exemplo, para ler e não enxerga bem ao se distanciar do mesmo. Outro exemplo é quando a criança precisa se aproximar da televisão para enxergar.
No caso da hipermetropia, se a alteração for significativa a criança terá dificuldade para enxergar de longe, mas de perto também.
No caso do astigmatismo, no qual tem-se a distorção das imagens, as crianças geralmente referem, por exemplo, olhar para uma luz e visualizar um raio.
7. Assistir no celular, mesmo com a diminuição da luminosidade da tela é ruim para a saúde ocular?
Sim. Deve-se lembrar sempre que para assistir filmes o ideal é assistir em telas grandes como de uma TV e, preferencialmente, com o uso de luz natural.
É importante os pais, enquanto educadores, se conscientizarem dos danos causados pelas telas. Muitas vezes é cômodo para os adultos disponibilizarem uso de celulares ou tabletes para as crianças se comportarem, mas é importante lembrar que o uso desses dispositivos pode causar danos importantes à saúde ocular das crianças.
8. Existe diferença entre o uso de tela de celular, “distância curta” e tela de TV “longa distância” para crianças míopes abaixo de 10 anos?
Sim. O ideal é sempre oferecer telas maiores, luminosidade natural no ambiente e distanciamento de pelo menos 1,5 m de distância da TV.
Quanto maior a tela menor o esforço visual. Quanto maior a distância, menor o esforço visual também. O ideal é a maior tela, com a maior distância.
9. Posso oferecer um celular ou tablet para o meu filho no carro?
Idealmente, não. Embora seja difícil muitas acalmar uma criança em uma viagem de carro, alguns pais se utilizam das telas como artifício. No entanto, a exigência visual nesses casos é ainda maior, pois as estruturas oculares/olho precisarão manter o foco em um carro em movimento. O carro em movimento piora o esforço ocular.