No contexto de pandemia do novo Coronavírus (COVID-19), o Ministério da Saúde tem divulgado uma série de materiais voltados aos profissionais e serviços de saúde. Estamos sistematizando informações e documentos a fim de facilitar o acesso, busque pela tag Coronavírus COVID-19.
A violência é um fenômeno social, complexo e multifatorial que afeta pessoas, famílias e comunidades. Ela pode ser de natureza física, sexual, psicológica, em forma de privação ou abandono.
É fundamental que os profissionais das redes de proteção e cuidado às pessoas em situação de violência estejam cientes dos riscos deste aumento durante a pandemia e que são atores importantes na identificação e acompanhamento dessas pessoas.
Os serviços de saúde precisam notificar a autoridade sanitária competente no caso de suspeita ou confirmação de violência. Todos os serviços públicos de atendimento à população devem mapear os parceiros intersetoriais, serviços e/ou locais que possam atuar conjuntamente no enfrentamento das violências durante a pandemia.
É importante ressaltar que a pandemia atinge as famílias de forma desigual, dependendo de marcadores sociais como gênero, cor da pele, etnia, faixa etária, renda e estrato social.
Violência contra crianças
O local no qual as crianças mais vivenciam violência é dentro de casa. Evidências mostram que a violência e a vulnerabilidade das crianças aumentam durante os períodos de encerramento escolar associados a emergências complexas, as quais aproximam-se das características da pandemia da COVID-19.
Violência contra a mulher
Estima-se que um terço das mulheres, no mundo, vivenciarão violência física e/ou sexual em algum momento da vida. A violência cometida pelo parceiro íntimo é a forma mais comum.
Violência conta a pessoa idosa
É importante atentar-se, especialmente, aos idosos que moram sozinhos e os sem parentes próximos, em Instituições de Longa Permanência (ILPs), que vivem em condições socioeconômicas precárias e que apresentam declínio das capacidades físicas e/ou cognitivas tais como demência ou outras condições de saúde mental. Os idosos são mais suscetíveis a violações de direitos fundamentais, o que pode se agravar durante o isolamento causado pela COVID-19.
Violência contra si mesmo
Em situações de pandemia, espera-se um aumento da violência direcionada contra si mesmo. De acordo com a OMS (2014), esses atos podem incluir autolesão, sem a intenção de se matar, e atos intencionais, com a finalidade de cessar a própria vida, podendo ir desde a ideação até o suicídio.
Documento na íntegra
A cartilha foi elaborada com a participação dos pesquisadores colaboradores de Atenção Psicossocial e Saúde Mental do Centro de Estudos e Pesquisas em Emergências e Desastres em Saúde (CEPEDES/Fiocruz), Departamento de Estudos sobre Violência e Saúde Jorge Careli (Claves/Fiocruz) e Programa de Investigação Epidemiológica em Violência Familiar (PIEV-IMS/UERJ).
BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Oswaldo Cruz. Centro de Estudos e Pesquisas em Emergências e Desastres em Saúde (CEPEDES/Fiocruz). Departamento de Estudos sobre Violência e Saúde Jorge Careli (Claves/Fiocruz). Programa de Investigação Epidemiológica em Violência Familiar (PIEV-IMS/UERJ). Saúde Mental e Atenção Psicossocial na Pandemia COVID-19: violência doméstica e familiar na COVID-19. 23 Abr., 2020.