Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. Manual AIDPI neonatal / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de AçõesProgramáticas e Estratégicas, Organização Pan-Americana da Saúde. Coordenação de Rejane Silva Cavalcante et al. – 5a. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014. 228 p. : il. – (Série A. Normas e manuais técnicos)
De 1990 a 2010, a taxa de mortalidade infantil vem apresentando tendência contínua de queda no Brasil, de 47,1/1.000 para 16,2/1.000 Nascidos Vivos (NV), com redução média de mais de 60%.
O Relatório Progresso 2012 – O compromisso com a sobrevivência da criança: uma promessa renova¬da, divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef ), destacou que o Brasil alcançou os índices de redução definidos pelas metas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), em relação à mortalidade de crianças com menos de cinco anos de idade. O acordo internacional previa a redução em 2/3 da mortalidade desse público entre 1990 e 2015 e o Brasil apresentou redução de 73%. Segundo o UNICEF, o índice foi reduzido de 58 para uma estimativa de 16/1.000 NV em 2011, sendo que o Brasil foi um dos cinco países com melhor resultado.
Mas é preciso avançar ainda mais, nossa taxa de mortalidade infantil ainda é bastante alta se com¬parada com a de países desenvolvidos (como a França, Espanha, Japão, Canadá, etc., que estão no patamar de menos de 5/1.000 NV) e mesmo a de outros países em desenvolvimento, vizinhos da America Latina, como Uruguai, Chile, Costa Rica e Cuba que já possuem mortalidade de um digito, mesmo ostentando economias infinitamente menos ricas que a brasileira.
Outro grande desafio a ser enfrentado, é o da mortalidade neonatal (até 28 dias de vida). Nela, ocorrem quase 70% das mortes do primeiro ano de vida no país. Por isso, o cuidado adequado ao recém-nascido tem sido um dos principais focos das políticas de redução da mortalidade infantil.
É para enfrentar este problema e também a vexaminosa taxa de mortalidade materna nacional, que em 2011 nasce a Rede Cegonha, programa criado pelo Ministério da Saúde para reforçar a qua¬lidade do pré-natal e também da assistência ao parto/nascimento e a atenção integral à saúde da mulher no puerpério e à criança até 2 anos de idade.
Do programa, que já conta com a adesão de todos os estados e a maioria dos municípios brasileiros, constam desde investimentos em infraestrutura física e tecnológica de serviços de saúde, como a ampliação e qualificação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva Neonatal, até programas de aprimoramento da atenção prestada pelos profissionais de saúde, como é o caso da estratégia de Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI), em sua modalidade neonatal.
Considerando a diretriz da Rede Cegonha, de qualificação da atenção integral a saúde da criança na Atenção Básica, o maior objetivo estratégico do Ministério da Saúde com a estratégia AIDPI Neona¬tal hoje é o de qualificar este atendimento prestado na Atenção Básica por médicos e enfermeiros.
A Área Técnica de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde espera, por¬tanto, que este material contribua para a melhoria da atenção à saúde infantil que, associada a ajustes na organização dos serviços e a um processo de educação permanente desenvolvido com profissionais, famílias e a comunidade, propicie uma melhoria significativa dos indicadores de saúde da criança do Brasil.
Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br/>