Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Coordenação Geral de Saúde da Criança e Aleitamento Materno. Manual do método canguru: seguimento compartilhado entre a atenção hospitalar e a atenção básica / Manual for kangaroo method: shared follow-up between Hospital Care and Primary Care / Manual del método canguru: seguimiento compartido entre la atención hospitalaria y la atención primária. Brasília; Ministério da Saúde; 2015. 274 p. Livroilus, tab, graf.
A saúde da criança no Brasil, nas últimas duas décadas, vem em um contexto de notáveis avanços, com destaque para uma grande redução da mortalidade na infância (menores de 5 anos), de 62 mortes por 1.000 nascidos vivos em 1990 para 14 em 2012, o que equivale a uma redução de 77%, uma das maiores do mundo, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o que permitiu ao País o cumprimento do Objetivo de Desenvolvimento do Milênio nº 4 com três anos de antecedência. Entretanto, a meta de garantir a toda criança brasileira o direito à vida e à saúde ainda não foi alcançada.
No que tange à mortalidade neonatal, embora também em queda, esta redução tem sido mais lenta, e é neste período (e, em especial, no primeiro dia de vida e mais especificamente na primeira hora de vida) que se concentra hoje boa parte dos óbitos na infância.
Uma das estratégias para a redução da mortalidade neonatal, utilizada pelo governo brasileiro, é o Método Canguru, que integra a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC), do Ministério da Saúde.
O Método Canguru, no Brasil, foi instituído desde o ano 2000 e reúne diretrizes de cuidado e atenção a recém-nascidos internados em unidades neonatais utilizando os melhores conhecimentos acerca de suas especificidades físicas e biológicas e das necessidades de cuidado singular envolvendo os pais e a família. Trabalha, ainda, formas e manejos de cuidados com a equipe de profissionais em suas ações como cuidadores.
Ações de implantação e implementação vêm sendo desenvolvidas por cinco centros nacionais de referência. Esses centros estão localizados em diferentes estados e têm o objetivo de capacitar, monitorar e oferecer suporte às maternidades brasileiras.
Ao longo desses anos, a expansão e o fortalecimento do Método Canguru contribuíram para a consolidação de seus quatro fundamentos básicos: acolhimento ao bebê e à sua família, respeito às individualidades, promoção do contato pele a pele o mais precocemente possível e envolvimento da mãe nos cuidados com o bebê.
A visão brasileira do Método Canguru trouxe uma mudança do paradigma da atenção perinatal, das quais as questões pertinentes à atenção humanizada não se dissociam, mas se complementam com os avanços tecnológicos clássicos.
A Estratégia Saúde da Família (ESF) constitui grande aliada e suas ações devem garantir a continuidade da assistência prestada ao bebê e à sua família, garantindo visitas domiciliares, atendimento na Unidade Básica de Saúde (UBS) e retorno do lactente às consultas hospitalares previamente agendadas até atingir 2.500g.
Este Manual de Seguimento Compartilhado entre as equipes da maternidade e da Atenção Básica constitui uma das ofertas que objetiva apoiar os profissionais de saúde na atenção à criança egressa de unidade neonatal, qualificando o cuidado e promovendo uma articulação em rede.
Como vocês poderão ver, este Manual divide-se em duas partes. A primeira apresenta conceitos, informações de cuidados e estratégias de atenção abrangendo as diretrizes do Método Canguru em suas três etapas. Nesses primeiros módulos, encontram-se conteúdos que pretendem facilitar o acompanhamento compartilhado entre Método Canguru e Atenção Básica até a criança chegar aos 2.500 g e receber alta desta metodologia. A segunda parte traz informações sobre futuras aquisições e possíveis comprometimentos desta população. Conhecendo essa realidade, os profissionais envolvidos com o Método Canguru inseriram tais módulos para permitir a consulta dos colegas responsáveis pelo acompanhamento destas crianças nas Unidades Básicas de Saúde, nos Núcleos de Atendimento à Saúde da Família, entre outros. Ao final, encontram-se módulos contendo fluxograma, protocolos e tabelas que participam de forma interativa com o atendimento ambulatorial e a avaliação das crianças na Rede de Atenção Básica, facilitando a observação de critérios indicativos de seu encaminhamento para equipes especializadas.
Disponível em: <http://pesquisa.bvsalud.org/ >