Maternagem ampliada a transgeracionalidade em UTI neonatal

BRAGA, Maria Cristina de Almeida; MORSCH, Denise Streit; LOPES, José Maria de Andrade; CARVALHO, Manoel de. Maternagem ampliada a transgeracionalidade em UTI neonatal. Pediatria Moderna, São Paulo, v. 37, n. 7, p. 312-7, jun. 2001.

O objetivo deste trabalho foi investigar a rede familiar de apoio que se forma em torno do bebê pré-termo. Numa situação de crise, como a internação do recém-nascido em UTI neonatal, outros familiares, além dos pais do bebê, podem tornar-se capazes de oferecer o cuidado e a atenção de que o bebê necessita, ou seja, a maternagem. Esta, ao não ser exclusivamente praticada pelas figuras parentais do recém-nascido, foi por nós denominada maternagem ampliada. Trata-se de um conceito novo, em construção, que busca dar conta das particularidades desta modalidade de acolhimento que pode ser encontrada em torno do bebê hospitalizado. Na medida em que, dentre os demais parentes, são os pais dos pais do bebê aqueles que mais frequentemente desenvolvem tal cuidado e atenção, privilegiou-se o exame do seu papel de suporte tanto para seus filhos quanto para seus netos. Outrossim, ao eleger como universo de investigação a prematuridade, foram abordados os entraves que lhe são próprios, assim como as possibilidades de atenuação dos mesmos, presentes na maternagem ampliada. Com isso, indicou-se como a prática desta maternagem por parte dos avós pode levar à prevenção dos danos potencialmente provocados pelas ameaças – inerentes ao nascimento pré-termo – à formação de vínculos entre o bebê e sua família. A par disso, demonstrou-se também que a maternagem ampliada, na medida em que tem lugar por conta da inserção do recém-nascido num enredo familiar que precede e perpassa o nascimento, facilita sua inscrição, enquanto sujeito de uma história em curso. Ou seja, esta maternagem favorece a construção da vinculação e da subjetividade.

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