Sociedade Brasileira de Imunização (SBI). Nota Técnica – Vacinação de Rotina Durante a Pandemia de COVID-19, de 9 de abril de 2020.
Em tempos de COVID-19, a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) alerta para a importância de manter em dia a vacinação de rotina. A medida também é recomendada por instituições como o Ministério da Saúde (MS), Organização Mundial da Saúde (OMS), Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e o Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC).
A rápida escalada e a disseminação global da COVID 19 são uma grande preocupação. Um número crescente de países tem colocado em prática medidas de saúde pública para limitar a transmissão do vírus, afetando, consequentemente, serviços de saúde, incluindo a imunização.
Esse cenário traz com ele o risco da descontinuidade da vacinação rotineira. Tanto por conta da carga relacionada à COVID-19 sobre o sistema de saúde quanto da diminuição da demanda em função do distanciamento social necessário e de uma possível relutância da comunidade em se vacinar.
Segundo a OMS, a descontinuidade —mesmo que por breves períodos, —aumenta o número de indivíduos suscetíveis e a probabilidade de surtos de doenças evitáveis por vacinas. As consequências são o crescimento da morbidade e mortalidade, em especial em lactentes e outros grupos vulneráveis, e a sobrecarga dos sistemas de saúde já sobrecarregados diante da pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2).
Embora a complexidade e o alcance global do isolamento social obrigatório e necessário em resposta à pandemia de COVID-19 sejam sem precedentes para a economia e para a saúde pública, a OMS considera imperativa a manutenção dos serviços de imunizações em localidades onde o serviço possa ser realizado em condições seguras.
Da mesma forma, o Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI), afirma no Ofício Nº 173/2020/CGPNI/DEIDT/SVS/MS que a vacinação deve ser considerada um serviço de saúde essencial e imprescindível que não deve ser interrompida.E orienta aos serviços de vacinação que obedeçam as diretrizes nacionais sobre distanciamento social e considerem a situação local de carga de doenças imunopreveníveis, no contexto da transmissão local pelo SARS-CoV-2 (sem casos, casos esporádicos, conglomerados ou transmissão comunitária), além de outros fatores, como dados demográficos e a disponibilidade de vacinas e insumos.”
As Sociedades médicas podem e devem contribuir com o Ministério da Saúde na busca de estratégias que conciliem a manutenção das coberturas vacinais e o necessário e fundamental isolamento/distanciamento social.
A SBIm, em conjunto com a SBP, publicou recentemente uma nota técnica na qual sugere algumas estratégias nesse sentido. No cenário da COVID-19, cada dia é um dia de aprendizado e de novas recomendações. Nos planejamentos a curto, médio e longo prazo, as imunizações precisam ser fortemente consideradas para que o retorno de doenças potencialmente graves que podem ser evitadas por vacinas não seja mais uma herança negativa da pandemia.
Disponível Em: <https://sbim.org.br/>