Sistematizamos as principais questões abordadas durante Encontro com as Especialistas Sima Ferman, Chefe da Oncologia Pediátrica do INCA, e Laurenice Pires, Especialista em Gestão da Atenção à Saúde do Instituto Desiderata, realizado em 19/11/2019.
Veja também: Postagem sobre o tema
O câncer é um importante problema de Saúde Pública e é a segunda causa de morte em crianças e adolescentes, estando atrás somente das mortes por causas externas. O maior desafio atualmente é aumentar as taxas de cura nessa população.
Ao longo dos anos, obteve-se uma melhora significativa na cura do câncer pediátrico, sendo que 80% das crianças com câncer nos países desenvolvidos alcançam a cura. Essa porcentagem é de apenas 50% nos países em desenvolvimento.
No mundo, mais de 200.000 crianças são diagnosticadas com câncer. Há desigualdades na taxa de cura, visto que nos países de baixa renda a taxa de cura é menor que nos países mais ricos.
Atenção para aspectos importantes do câncer pediátrico:
Atualmente, evita-se cirurgias mutilantes. Utiliza-se inicialmente a quimioterapia multimodal. Houve melhoras nas técnicas cirúrgicas e a radioterapia é cada vez menos usada. O transplante de medula óssea é utilizado somente nos casos sem resposta à quimioterapia, por exemplo.
Nos países em desenvolvimento, são desafios importantes para o cuidado ao câncer infantojuvenil o diagnóstico tardio, o abandono do tratamento, o efeito da pobreza na adesão e na toxicidade e as comorbidades, como a desnutrição por exemplo.
Os recursos limitados na Saúde Pública, seja de estrutura, recursos humanos, condições de saúde, cultura, tradições e crenças acerca do câncer na população infantil são dificultadores para o diagnóstico precoce e tratamento adequado do câncer infantil.
Dentre todas as estratégias que devem ser utilizadas para que a cura do câncer infanto-juvenil ocorra, o diagnóstico precoce é essencial.
A Atenção Primária à Saúde é fundamental em diferentes fases/etapas do tratamento, para:
Muitas crianças chegam aos centros especializados para tratamento de câncer em estágio avançado. Isso ocorre porque muitos sinais e sintomas são inespecíficos e por isso confundidos com outras patologias.
Atenção para as situações que fogem do habitual. O seguimento do caso deve se manter até que se tenha o esclarecimento ou o encaminhamento para outra avaliação. Os sintomas persistentes merecem atenção.
Sinais de alerta:
Todos os sinais e sintomas expostos podem acontecer sem que necessariamente haja um quadro de câncer, mas na presença desses sinais é importante fazer uma investigação cuidadosa.
Outros sintomas: perda de apetite, perda de peso e fadiga há pelo menos 3 meses, sudorese noturna, palidez leve, adenomegalia dolorosa não endurecida, aumento em qualquer região do corpo com inflamação.
Motivos para o retardo no diagnóstico do câncer: não foi investigado ou encaminhado para investigação; foi investigado, mas não diagnosticado; foi diagnosticado incorretamente; diagnóstico positivo não foi comunicado ao médico para tomar providências; após o diagnóstico o tratamento foi inapropriado.
O diagnóstico tardio traz como consequências um tratamento mais agressivo e com menor chance de cura, mais sequelas, compressões mecânicas em estruturas vitais, disfunções orgânicas pelo tumor, por exemplo: cegueira, paraplegia, pneumonias etc.
Ações que podem contribuir com o diagnóstico precoce
Recomendações para um caso suspeito
Perguntas & Respostas
Como citar
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira. Portal de Boas Práticas em Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente. Postagens: Principais Questões sobre Detecção Precoce do Câncer Infantil. Rio de Janeiro, 08 nov. 2022. Disponível em: <https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/atencao-crianca/principais-questoes-sobre-deteccao-precoce-do-cancer-infantil/>.